Tratamento Dependência Quimica
Internação Involuntária
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Internação involuntária compulsória
Quando uma pessoa não quer se internar voluntariamente, pode-se recorrer à internação involuntária ou à internação compulsória. São dois tipos diferentes de internação. Portanto, não use os termos involuntário, compulsório ou forçado indistintamente.
Secretário apoia internação forçada de viciado
O secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, defendeu a internação involuntária de viciados, desde que sob indicação de médico especialista.
A Lei 10.216/2001 define três modalidades de internação psiquiátrica:
a) internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
b) internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro;
c) internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Internação voluntária
A pessoa que solicita voluntariamente a própria internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O término da internação se dá por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico responsável. Uma internação voluntária pode, contudo, se transformar em involuntária e o paciente, então, não poderá sair do estabelecimento sem a prévia autorização.
Internação involuntária
É a que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiros. Geralmente, são os familiares que solicitam a internação do paciente, mas é possível que o pedido venha de outras fontes. O pedido tem que ser feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra.
A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público do estado sobre a internação e os motivos dela. O objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação ser utilizado para a cárcere privado.
Internação compulsória
Nesse caso não é necessária a autorização familiar. A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a própria condição psicológica e física. O juiz levará em conta o laudo médico especializado, as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
Fontes: Lei 10.216/2001, Ministério da Justiça; Associação Brasileira de Psiquiatria; Cartilha Direito à Saúde Mental,
do Ministério Público Federal e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão; governo do estado de São Paulo
A depressão e a dependência química
Há diversos fatores que podem favorecer a manifestação da depressão ou dependência química, porém, hoje vamos falar da ligação entre essas duas doenças. Para começar, é importante que você saiba que nem todos que sofrem de depressão são ou serão dependentes químicos, assim como o contrário, nem todo dependente químico sofre ou sofrerá de depressão.
A depressão é um transtorno do humor, mais especificamente em forma de uma tristeza profunda. Assim, a pessoa vivencia uma grande angústia, falta de vontade de realizar atividades do dia a dia (trabalhar, estudar, sair com os amigos, etc), baixa autoestima, isolamento, falta esperança e sentido pela vida.
No desespero para ter algum alívio dos sintomas da depressão, muitos recorrem ao álcool ou outras drogas. Mas, infelizmente, além dessa espécie de “automedicação” contribuir para piorar os sintomas depressivos, ela pode favorecer a dependência química, pois o uso da substância altera o mecanismo de recompensa e prazer do cérebro, necessitando cada vez mais quantidade de drogas para se satisfazer. Sendo assim, a depressão pode ser uma comorbidade associada à dependência química.
Tratamento
O tratamento da depressão e da dependência química deve ter o médico psiquiatra e o psicólogo. Assim, será o médico o profissional que poderá avaliar corretamente o diagnóstico e prescrever medicamento, se necessário. Já o psicólogo especialista em Terapia Cognitiva-Comportamental auxiliará o paciente a identificar e mudar seus comportamentos e pensamentos disfuncionais.
Através do plano de tratamento Personal Care, da Clínica Viva, o paciente é atendido por uma equipe multidisciplinar altamente capacitada em ambulatório, com total sigilo e discrição. Em alguns casos, a internação pode ser necessária. E, claro, a Clínica Viva tem a melhor infraestrutura de tratamento para acolher e dar início ao tratamento.
Converse com um dos nossos atendentes. Com certeza nós podemos te ajudar.Teremos sempre uma opção adequada para solucionar seu problema.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
O que leva uma pessoa a usar drogas?
São diversos fatores que fazem com que uma pessoa venha a fazer uso de drogas ou álcool, curiosidade, influência de amigos ou querer fazer parte de um grupo, falta de habilidade de lidar com problemas, perdas, dificuldades ou tristezas, ganhos, alegrias sucesso, o consumo de drogas e álcool também está relacionado a cultura, estilo de vida, esporte que se pratica, lugares que se frequenta, até a relação com o trabalho promove o uso de álcool e muitas vezes drogas como cocaína, maconha e outras, em eventos e festas estão relacionados a padrões de consumo de álcool e drogas.
Também existe fatores genéticos que influenciam diretamente, estes já constam como fator científico diagnosticado por profissionais da área de pesquisa de doenças com influência genética. Saiba mais em Sobre Drogas.
Pesquisas recentes apontam que os principais motivos que levam um indivíduo a utilizar drogas são: curiosidade, influência de amigos (mais comum), vontade, desejo de fuga (principalmente de problemas familiares), coragem (para tomar uma atitude que sem o uso de tais substâncias não tomaria)
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Como encontrar um bom centro de tratamento e recuperação de drogados
- O vício das drogas é considerado uma doença adquirida ou por contato involuntário. Adquirida quando na família não há histórico de drogados e a pessoa faz a opção de começar a usar algum tipo de substância psicoativa e viciante. Involuntário, no caso de bebês que a mãe usou drogas na gestação ou mesmo o pai seja usuário. Essa criança nascerá com diversos problemas, inclusive sérias crises de abstinência e quando mais velho, se tiver contato com drogas, facilmente se tornará usuário.A pessoa não consegue deixar o uso e torna-se um dependente, viciado ou adicto (escravo). Neste artigo vamos nos referir a pessoa que utiliza drogas como adicto, pois a terminologia expressa muito bem a forma como a pessoa se sente quando toma consciência de que não tem mais controle sobre si próprio.Muito se tem pesquisado e estudado para encontrar uma forma de recuperar o adicto da droga, mas é muito difícil definir qual é o melhor tratamento, é como uma pessoa que está com gripe e vai ao médico que o pode tratar com o mesmo medicamento que já tratou outro paciente e houve melhora, mas, mesmo assim, terá que avaliar a dose, tempo de tratamento e observar os efeitos colaterais para prevenir outros males.Por isso, no momento de procurar por um centro de recuperação deve-se levar em conta o tipo de tratamento, o período de tratamento, as técnicas e o acompanhamento que será oferecido, tanto para o adicto quanto para os familiares que normalmente são considerados codependentes. Toda a família precisa ser tratada para que haja uma reestruturação no convívio, levando-se em conta que o adicto não deixa de ser escravo, o que acontece na recuperação é que ele aprende a tomar o controle e não deixa mais que a droga faça parte de sua vida.Existem algumas outras características que se deve observar ao buscar por um centro de recuperação para drogados, e talvez seja o mais importante que o adicto e familiar estejam de acordo com o tipo de tratamento que será sujeito. Alguns centros de recuperação atuam com tratamento psicológico e medicamentoso, outros com terapias e conscientização, outros simplesmente com medicamentos e tratamentos psiquiátricos.Os familiares e o adicto precisam estar dispostos a cumprir com as exigências do tratamento, para isso devem conhecer todas as fases deste. Normalmente se fala em passos para a recuperação e existem até alguns que se aplicam como lei ou regra de conduta, como os AA - Alcoólicos Anônimos.Cada centro de recuperação segue uma linha de tratamento e até mesmo de conduta, mas segundo estudos os tratamentos que mais tiveram sucesso foram os que agregavam nele algumas atitudes indispensáveis. São as seguintes:
Decisão
- A decisão pelo tratamento deve ser agora. Essa atitude mostra que o adicto e a família, em alguns casos somente a família, define que não se pode mais adiar e as providências necessárias são tomadas.
Parar já
- Com a decisão pelo tratamento já definida, o adicto e a família deve ter a consciência de que não há sucesso no tratamento se a interrupção do uso da droga não for abrupta, parar aos poucos não há eficiência na recuperação. Isso quer dizer também que não se deve substituir um vício por outro, se deve evitar todos os tipos de substâncias que causem dependência, como álcool, cigarro, ou drogas que sejam consideradas mais leves.
Mudar
- Isso pode significar muitas coisas, inclusive mudança de residência mesmo, se o local em que a pessoa vive não favorecer a decisão. Mas a mudança mais importante se refere à rotina do adicto, ou seja, as pessoas com que ele convivia e que favoreciam o uso da droga devem ser evitadas; locais em que costumava frequentar para passeio, trabalho, escola, etc. Evitando tudo que seja um facilitador para a recaída.
Recompensa
- A família e o adicto devem observar no centro de recuperação escolhido e imediatamente após o convívio fora dele, estímulos de recompensa; isso quer dizer que será necessário buscar ou resgatar atividades saudáveis como exercício físico, atividades intelectuais e religiosas que possam promover sentimento de recompensa à pessoa por não estar mais envolvida com as drogas. Sentimentos como aceitação, solidariedade, vitória, sucesso, carinho, atenção e cuidados.
São muitas as ofertas de centros de recuperação. Hoje em dia, por duas razões:1. O grande crescimento de adictos - e cada vez mais jovens - não só nos grandes centros urbanos e periferia, mas em todo o país, novos tipos de drogas e substâncias viciantes.
2. Com o crescimento da população adicta o interesse econômico também surge com famigeradas clínicas e pessoas despreparadas oferecendo tratamento. Por isso a importância de se pesquisar muito, ler a respeito, se informar com pessoas que já passaram pela mesma situação antes de definir qual o melhor tratamento.
domingo, 20 de novembro de 2016
Residência Terapêutica
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Que razões levam os jovens ao consumo de álcool
Os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo, segundo pesquisa publicada recentemente pela Unifesp. É fundamental reacender o debate sobre o motivo e as consequências do abuso do álcool por parte dos adolescentes e também analisar as restrições existentes e as que devem ser criadas para diminuir esse consumo.Existem vários fatores para o que induzem ao uso do álcool já na puberdade, contudo vamos analisar apenas dois deles: o consumo pelos adultos na família e as propagandas que contribuem para o crescimento do uso do álcool por parte da juventude. A lei, hoje, não permite a venda de bebidas alcoólicas a menores de dezoito anos, todavia, essa medida não é suficiente para inibir o alcoolismo, dado que, em muitos casos, o adolescente encontra a cerveja (que foi comprada pelo pai) dentro de sua geladeira. Deve haver um maior controle dentro de casa para evitar o uso do álcool pelo filho ainda jovem. Os pais precisam repensar sobre o próprio consumo, só assim conseguirão um maior domínio sobre o do filho, mostrando lhe que a bebida pode ser tomada em certas ocasiões. Com moderação há uma maior chance de conscientização, é preciso educar e não proibir.Porém, não surtirá efeito a orientação do pai se o filho, ao ligar a televisão, deparar-se com diversas propagandas exaltando o uso do álcool. O aviso no fim da propaganda "se for dirigir não beba" não surtirá efeito algum, pois ele não dirige mesmo. O produtor, precisa ser responsabilizado de alguma forma pelos problemas que o uso abusivo do álcool acarreta na sociedade. Não cabe mais à sociedade aceitar o montante de propagandas de bebida alcoólica com várias pessoas bonitas e se divertindo na praia. Nosso governo não deve mais permitir o lucro de grandes cervejarias as à custa de vidas de adolescentes, que em muitos casos acabam se viciando e destruindo seus futuros. Os adultos que estão mais próximos desses jovens devem ter a responsabilidade de zelar pelo bem-estar desse individuo , nossas leis não podem tolerar que a indústria de bebidas alcoólicas lucre de forma irresponsável. É preciso orientar o adolescente e punir de forma sensata os que contribuem para o desequilíbrio de nossas crianças. Esses devem ser alguns dos pontos de partida para conseguirmos reduzir esses índices de consumo prematuro.
O jovem e o álcool
Que razões levam o jovem ao consumo de álcool? Os hormônios, diz o senso comum. Resposta errada. O cérebro jovem, repentinamente atirado em uma reforma geral, é que manda nessa brincadeira. Os hormônios não são os vilões da adolescência. Uma grande reforma cerebral é a causa do comportamento típico de quem está crescendo. Talvez aparecer? Ser visto pela sociedade? Acredito que essa seja a verdadeira razão, ser aceito.O consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade tornou-se uma prática nos bares, festas etc. Isso contraria a lei que proíbe a venda de produtos que podem causar dependência ao menor, mas, apesar de toda essa iniciativa, essa realidade está presente no dia a dia das famílias, o consumo de bebidas alcoólicas está presente, dá-se para quem quiser ver.O álcool, assim como o cigarro, é uma droga legal, e as mesmas são [sendo] um problema de saúde pública maior do que as ilegais.Para a psicanálise, atos irresponsáveis e por vezes desrespeitosos à lei são instrumentos de provocação, já para a neurociência, nada mais são, na maioria das vezes, do que decisões inoportunas de um cérebro imaturo, que se torna incapaz de prever sozinho os resultados indesejados que poderiam servir de freio (para que não o faça).Quais problemas decorrentes disso? Além dos problemas de saúde, o álcool contribui para a morte ou deficiência de pessoas relativamente jovens. O álcool causa dependência e pode causar sérios danos ao fígado e outros órgãos importantes como o coração. Pode tornar a pessoa agressiva e até leva-la a [levá-la à] depressão.Cabe a nós refletirmos sobre o papel dos pais nos cuidados para com seus filhos. Os pais são "indecisos" e liberam dinheiro aos filhos, favorecendo o consumo. Essas situações indicam "toda forma de negligência" , que a família, a sociedade e o governo devem combater.
A embriaguez juvenil é um problema de todos nós
O uso de bebidas alcoólicas é conhecido desde a Antiguidade. Os egípcios regavam seus festejos com vinho. O hidromel era bebida apreciada na Europa Medieval. Até os deuses do Olimpo deliciavam-se com a ambrosia. No Brasil atual, a associação futebol e cerveja é apenas um de muitos exemplos da ligação entre festejos e álcool. A aceitação social da ingestão de bebida alcoólica torna, então, complexa a abordagem desse assunto com a juventude, que, segundo pesquisa concluída recentemente pela Unifesp, vem apresentando cada vez maiores índices de embriaguez e em idade mais precoce. Some-se a isso o fato de que o álcool altera diversas funções mentais e possibilita que pessoas tímidas e com baixa auto-estima apresentem-se mais desinibidas e aceitas.No jovem o efeito dessa desinibição parece ter um impacto mais grave, pois a sensação de potência, de leveza, levam ao que o Dr. Içami Itiba, renomado psiquiatra, denominou de "onipotência juvenil": na vigência do uso de álcool, o adolescente ou jovem desconsidera qualquer risco relacionado a [à] ingestão do álcool e dirige embriagado, pensa que não perderá o controle, tem relações sexuais sem proteção, ou seja, colocam [coloca] sua vida e a de outros em risco. O aumento de jovens mortos ou física e mentalmente incapacitados em função de acidentes automobilísticos ocorridos durante a embriaguez do motorista constitui-se em um importante problema de Saúde Pública. Todavia, no plano individual muitas vezes não se consegue convencer o jovem a não se embriagar, pois há a pressão do seu grupo social mais próximo, amigos também adolescentes, no sentido de que todos se embriaguem. Aquele que se recusa recebe adjetivos negativos: fraco, frouxo, "careta" etc.Deve-se buscar soluções que envolvam toda a sociedade, para reduzir o impacto do abuso de álcool pelos jovens. Algumas já vem [vêm] sendo realizadas, como maior fiscalização no trânsito, punições mais severas para quem dirige embriagado, proibição da venda e de consumo para menores, observação mais estrita das campanhas publicitárias para que se direcionem menos ao público mais novo. Porém, ainda há muito a se avançar.
Uma Questão Etílica
Todo jantar o pai entorna uma "loira gelada" enquanto comerciais da que não desce triangular pipocam na TV junto com muitas outras. O adolescente já provou e sabe que se quiser mais tem na geladeira. Ou ali, no bar da esquina.A vontade de conhecer coisas novas e repetir as boas é natural. Mas qual linha divide o bom do ruim? A linha careta do governo ou a liberal, apoiada muitas vezes pela mídia e até por amigos e familiares?Para que o adolescente consiga alcançar um bom posicionamento no processo de socialização, um dos pontos mais importantes para ele, o álcool funciona como uma torcida para esse time caído e, às vezes, já com um pé no pódio. "Usando álcool, eles [...] passam a sentir o que chamo de 'onipotência juvenil', sentem-se e agem como deuses que podem tudo", afirma o psiquiatra Içami Tiba.Além da socialização, existe também o fator sociedade. É comum familiares incentivarem adolescentes, e até mesmo crianças, a provarem álcool, criando a ideia falsa de que essa é uma postura correta.Para diminuir os 25% dos estudantes de ensino médio e os 14,2% dos de 7ª e 8ª série que se embriagaram pelo menos uma vez no mês anterior ao da pesquisa feita pela Unifesp, é preciso muito mais que leis que só existem no papel e folhetinhos do governo. As campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas não desistimulam [desestimulam] o consumo por menores, apenas o tornam mais atrativo com situações divertidas e mulheres bonitas. E a sociedade precisa enxergar os futuros adultos que estão sendo criados. Quem quer outro presidente amigão do etanol?
Álcool: um problema que começa cedo
A bebida alcoólica pertence ao grupo das drogas lícitas mais vendidas no Brasil, segundo uma pesquisa feita nas escolas de São Paulo, jovens menores de dezoito anos já se embriagaram ao menos uma vez e esse índice vem crescendo por alguns motivos como: convívio com a bebida desde cedo na família, falta de informação sobre as conseqüências [consequências] do uso tão cedo [precoce] e, além do mais, o fato de adquirir o produto fora da idade permitida por lei.Desde a infância somos criados em meio a festas em que todos os familiares fazem uso da bebida alcoólica passando uma imagem divertida e legal e depois que saímos da infância e entramos na adolescência começamos a fazer o uso da bebida sem nos dar conta dos malefícios, levando [considerando] o consumo como um ato comum.Além do mais, a falta de informação explícita sobre as conseqüências [consequências] do uso do álcool tão cedo [do uso precoce do álcool] são poucas em relação às outras drogas lícitas como o cigarro, não fazendo disso um assunto totalmente desconhecido pelos jovens, mas que passa despercebido, sendo algumas conseqüências [consequências] como perda de atenção na escola, raciocínio lento, doenças estomacais, entre outras que prejudicam seriamente o desenvolvimento físico ou mental do jovem que vira [virá] a se tornar um adulto.Ainda convém, lembrar [convém lembrar] a facilidade com que alguns jovens adquirem a bebida alcoólica mesmo com a proibição da venda para menores de dezoito anos, sendo um fato que ocorre por falta de fiscalização e descumprimento da lei por parte dos estabelecimentos que apenas pensam em vender.Uma forma de solucionar o problema seria o aumento da fiscalização com uma lei mais severa e uma conscientização da sociedade em relação aos problemas que o álcool causa.
Saiba o que leva um adolescente a usar drogas!
A Adolescência é uma fase cheia de conflitos e descobertas. A curiosidades pelas drogas pode ser uma realidade na vida dos adolescentes. Saiba o que leva um adolescente a usar drogas!
A pergunta que a maioria dos pais fazem para si mesmos quando ficam sabendo que o seu filho está usando drogas é “o que eu fiz de errado? ”, ou “mas ele tem de tudo, por que está usando drogas? ”.
A questão é, o que significa para os pais “ter de tudo? ”.
O que significa para os pais “agir certo na vida dos filhos”?
Existem vários fatores que podem levar um adolescente a usar drogas. Saiba quais os fatores de risco que levam um adolescente para o mundo das drogas!
Motivos para o uso de drogas
- Diversão
- Curiosidade
- Tédio
- Transgressão
- Solidão
- Fuga da realidade
- Influência de amigos
- Socialização e aceitação em determinados grupos
- Autoafirmação
- Dificuldade em enfrentar situações adversas
- Abandono e rejeição familiar (O sentimento de abandono e rejeição, muitas vezes ocorrem por meio da ausência, falta de limites e conflitos por parte dos pais)
- Violência doméstica
- Decepções ou desentendimentos com os pais
- Familiares que utilizam álcool e drogas
- Pais muito autoritários ou exigentes
- Perda dos vínculos familiares
- Facilidade de acesso e obtenção de drogas
- Busca de alívio para conflitos
- Ausência de projeto de vida
- Sintomas depressivos
- Falta de rotina social
Por mais que um adolescente seja saudável, tenhafamília, educação, situação financeira razoável, entre outros fatores, as drogas permeiam a vida deles, isso é inevitável. Encarar essa realidade é de suma importância como fator de proteção.
Alguns pais adotam a postura de “não tocar no assunto”, acreditando ser a melhor forma de prevenir, ou as vezes, acreditam que esta realidade está longe da família. Acreditam também que estando no controle da vida dos filhos, conseguem preveni-los das drogas.
No entanto, essa postura não é adequada. O assunto das drogas deve ser discutido na família, mas não com um tom de autoridade e controle, mas como um diálogo aberto para discutir opiniões.
Faz parte da realidade que a maioria dos adolescentes de hoje, ao menos experimentam alguns tipos de droga, como cigarro, álcool e maconha, mas nem todos tornam-se dependentes.
O que acontece é que quando a família fica sabendo que seu filho usou drogas, vem logo com longos e sábios sermões, na intenção de que o adolescente vai compreender e aceitar. Tentativas de controle e autoridade não funcionam. Os adolescentes gostam de experimentar as experiências da vida.
Para isso, é importante cuidar sem controle, orientar sem autoridade, dialogar sem discutir, e ser amigo e não inimigo dos filhos. Alguém que ele possa confiar em expor seus sentimentos, suas dificuldades e suas descobertas sem ouvir longas críticas e sermões.
É comum os filhos se abrirem para os pais, e estes logo virem com conselhos sobre o que os filhos não devem fazer. É preciso enfatizar no que os filhos devem fazer, nas oportunidades que ele tem pela vida e no que a vida pode oferecer de bom para ele, e não nos perigos que o aguardam.Procure ajuda de um profissional sempre para ter uma orientação mas especializada
sábado, 19 de novembro de 2016
Abstinência alcoólica quanto tempo dura
A síndrome de abstinência alcoólica é um quadro agudo, caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas auto-limitados, com gravidade variada, secundário à interrupção total ou parcial do consumo de álcool, podendo ser associado a inúmeros problemas clínicos e/ou outros transtornos psiquiátricos.
O objetivo deste artigo é rever as principais complicações psiquiátricas secundárias à síndrome de abstinência alcoólica com convulsões e delirium tremens, bem como algumas outras condições psiquiátricas associadas a dependência de álcool como as síndromes de Wernicke Korsakoff e de Marchiava Bignami.
Pretende-se com isso auxiliar no diagnóstico precoce e tratamento adequado, minimizando assim a morbidade e a mortalidade associadas a tais complicações.
Descritores: Síndrome de Abstinência Alcoólica (SAA), Convulsões, Delirium Tremens (DT), Síndrome de Wernicke Korsakoff e Síndrome de Marchiava Bignami.
Síndrome de abstinência alcoólica (SAA)
É responsável por um aumento significativo na morbidade e mortalidade associadas ao consumo de álcool e é um dos critérios diagnósticos da síndrome de dependência de álcool.
Caracteriza-se por sinais e sintomas decorrentes de uma interrupção total ou parcial de consumo de bebidas alcoólicas em dependentes que apresentam um consumo prévio significativo.
Esses sinais e sintomas não são específicos somente da síndrome de abstinência alcoólica, podendo estar presentes em outras síndromes de abstinência (por benzodizepínicos, por exemplo).
Leia também: Como lidar com a Síndrome de Abstinência do Álcool?
São, ainda, insidiosos e pouco específicos, o que torna seu reconhecimento e avaliação processos complexos; variam quanto à intensidade e gravidade, podendo aparecer, como dito, após uma redução parcial ou total da dose usualmente utilizada.
Este artigo tem por objetivo descrever as principais complicações secundárias a SAA bem com o seu tratamento. Algumas delas são bastante comuns (convulsões e alucinações); outras, mais graves e menos comuns (delirium tremens). Além disso, descreve e propõe o tratamento de outras complicações associadas ao dependência de álcool como o síndrome de Wernicke Korsakoff e o de Marchiava Bignami).
Convulsões
Quadros convulsivos secundários ao abuso/dependência de álcool não são raros, bem como não é incomum a piora do controle de convulsões em pacientes com história prévia de convulsões (idiopáticas ou não)10. As convulsões secundárias a quadros de abstinência alcoólica são, geralmente, do tipo tônico-clônicas (ou “grande mal”), únicas, e incidem nas primeiras 48 horas (com pico entre 13 e 24 horas) após a suspensão ou redução do consumo de álcool. Entretanto, sintomas focais podem aparecer em cerca de 5% dos quadros convulsivos secundários à abstinência alcoólica.
Quase sempre, o aparecimento de convulsões está associado a quadros mais graves de abstinência alcoólica, e grande parte dos pacientes que não são tratados adequadamente evolui para delirium tremens.
Há indicação para avaliação de imagem de quadros de convulsão secundária à abstinência alcoólica (tomografia computadorizada, por exemplo), para que se detectem doenças comórbidas (hemorragia subdural crônica e traumatismos cranianos, por exemplo).
Cerca de 4% das tomografias realizadas em pacientes com quadro convulsivo secundário à abstinência alcoólica evidenciam lesões estruturais. A tomografia computadorizada está também indicada em casos de convulsões outras, que não do tipo grande mal, em pacientes abstinentes, devido à maior prevalência de co ocorrência de lesões nesse grupo.
A chance de ocorrência de outra crise convulsiva, em seis meses, é de 41%, e essa prevalência aumenta com o passar do tempo, chegando a 55%, em três anos 11,16,. Novos episódios de crises convulsivas poderiam desencadear quadros de alterações secundárias na excitabilidade cerebral (kindling) que parecem ser somatórios, ou seja, a cada nova crise convulsiva, o quadro se agrava. Define-se o kindling como um fenômeno em que um estímulo elétrico ou químico, fraco, que normalmente não causaria resposta comportamental importante, quando administrado várias vezes, desencadeia o processo. O kindling pode resultar de alterações em neurotransmissores cerebrais (GABA e NMDA, principalmente) que, conseqüentemente, aumentam a excitabilidade cerebral, predispondo ao risco de novas crises convulsivas, quadros ansiosos e aumento da neurotoxicidade.
Se alterações estruturais não são identificadas no paciente com crise convulsiva secundária à abstinência alcoólica, se ele não tem história prévia de crises convulsivas e nem usou anticonvulsivantes previamente, os anticonvulsivantes não parecem ser indicados, podendo, em alguns casos, precipitar a ocorrência de convulsões por abstinência (dos anticonvulsivantes, inclusive).
O tratamento de escolha é o controle da crise convulsiva por meio de infusão de benzodiazepínicos e tratamento específico para controle da dependência de álcool11. Deve-se administrar no máximo 10mg de diazepam durante 4 minutos, sem diluição e a administração de benzodizepínicos por via intravenosa requer técnica específica e retaguarda para manejo de eventual parada respiratória 12. O uso crônico de anticonvulsivantes (fenitoína e fenobarbital, dentre outros) tem uma ação limitada na prevenção de quadros convulsivos decorrentes de abstinência alcoólica, uma vez que o problema central do paciente é o uso do álcool e, na imensa maioria dos casos em que há manutenção do consumo de álcool (portanto, risco de novas crises convulsivas), a não-adesão ao tratamento medicamentoso é quase uma regra, podendo essa ação, por si só, precipitar uma nova crise convulsiva. Entretanto, em pacientes com uso prévio de anticonvulsivantes, a medicação deve ser mantida.
A prevenção mais efetiva, nesse grupo de pacientes, é, sem dúvida, o tratamento para suspensão do consumo de álcool e indica-se, quando necessário, o uso de benzodiazepínicos de ação longa (diazepam, por ex.) na dose de 10 a 20mg ou uso de lorazepam, em dose equivalente, em paciente hepatopata ou senil 1,12. Não se justifica a introdução de anticonvulsivantes nessa população, nem para o tratamento da crise convulsiva nem para a prevenção de novas crises.
O estado de mal epiléptico é um quadro grave, com alta taxa de mortalidade (cerca de 10%) e não é raro entre pacientes com síndrome de abstinência alcoólica. Um estudo realizado em 1980 demonstrou que 21% dos pacientes em estado de mal do tipo tônico-clônico estavam em abstinência alcoólica. O tratamento desse quadro deve ser instituído o mais brevemente possível, em unidades de atendimento de urgências clínicas.
Delirium Tremens (DT)
O delirium é uma causa comum de comportamento alterado em pessoas com alguma doença física que não foi diagnosticada nem tratada de forma adequada. Vários termos ao longo dos anos foram usados para descrever essa síndrome, incluindo estados confusionais agudos, síndrome cerebral aguda, psicossíndrome cerebral aguda e reação orgânica aguda.
O DT é um quadro específico de delirium, relacionado com a abstinência do álcool. Quadros de delirium usualmente apresentam sintomas flutuantes, com piora significativa à noite. São comuns alterações cognitivas, da memória e da atenção e desorientação têmporo-espacial. A atenção diminuída e distúrbios do pensamento resultam em fala incoerente. Parentes e outros informantes podem relatar um rápido e drástico declínio no funcionamento pré-mórbido de um paciente, o que o diferencia dos que apresentam quadros demênciais.
São comuns alterações sensoperceptivas (alucinações e ilusões), sendo as alucinações visuais bastante comuns. Delírios também são freqüentes, em geral persecutórios e relacionados à desorientação têmporo-espacial. Alterações do humor são usuais e variam desde intensa apatia até quadros de ansiedade intensa; a presença de alterações no ciclo sono-vigília é constante. Infelizmente, como dito, muitos casos não são adequadamente detectados e, portanto, não são tratados.
Nem toda abstinência é um DT. Na verdade, o DT é uma condição pouco freqüente entre os dependentes de álcool, ocorrendo em menos de 5% da população em abstinência. No entanto, ele é responsável por grande morbidade e mortalidade associadas à SAA, já que quadros de DT não são, como se disse, adequadamente diagnosticados. O DT, habitualmente, inicia-se até 72 horas (embora possa começar até sete dias) após de abstinência e compreende sinais e sintomas variados, como confusão mental, alucinações, tremores, febre (com ou sem sinais de infecção) e hiperresponsividade autonômica, com hipertensão, taquicardia e sudorese. Deve-se suspeitar de DT em todos os casos de agitação em um paciente com SAA cuja pressão arterial esteja acima de 140/90mm Hg, freqüência cardíaca seja maior que 100 bpm, e temperatura, superior a 37ºC. Taxas de mortalidade são elevadas, variando de 5% a 15% dos pacientes com essa condição.
Poucos estudos, no entanto, definem adequadamente quadros de DT levando em consideração comorbidades clínicas/psiquiátricas, traumas, etc. A causa mais freqüente de morte é falência cárdio-respiratória. A fisiopatologia dos quadros de DT continua pouco compreendida. As mudanças fisiológicas resultantes do DT decorreriam de interações de neurorreceptores (principalmente sistemas gabaérgico e catecolaminérgico), bem como de alterações iônicas (potássio e magnésio, principalmente).
O tratamento dessa condição é feito, usualmente, com benzodiazepínicos, visando diminuir a hiperatividade autonômica e o risco de agitação psicomotora. Dá-se preferencia ao diazepam em dose mais elevada que as usualmente utilizadas (60mg/dia) ou lorazepam (12mg), se o paciente for hepatopata ou senil. Eventualmente, a associação de neurolépticos, em doses baixas, pode ser indicada (haloperidol 5mg/dia). No caso de ocorrer distonia induzida por neurolépticos (particularmente se forem administrados por via parenteral), ela pode ser controlada com o uso de anticolinérgicos (biperideno 2mg).
Síndrome de Wernicke Korsakoff (SWK)
A SWK é uma complicação potencialmente fatal associada à deficiência de vitamina B1 ou tiamina. Foi descrita como duas entidades distintas – encefalopatia de Wernicke e psicose de Korsakoff.
A síndrome é composta por uma tríade de anormalidades clínicas descritas por Wernicke – oftalmoplegia, ataxia e confusão mental. Esses seriam os pilares no diagnóstico da síndrome; porém, a presença de todos esses sintomas não é necessária para o diagnóstico de SWK, sendo mais rotineiramente encontrados sinais isolados (de oftalmoplegia e/ou desorientação e/ou estupor e/ou coma). Os movimentos oculares podem consistir em nistagmo horizontal e vertical, fraqueza ou paralisia do músculo reto lateral e do olhar conjugado. Em casos avançados, pode-se encontrar oftalmoplegia completa. A confusão mental é caracterizada por diminuição do estado de alerta e atenção e alteração senso-perceptual e da memória. Quadros de confabulação são comuns nesse grupo de pacientes. Algumas vezes há progressão para coma.
As necessidades diárias de tiamina são estimadas em 1,0 – 1,5mg/dia em pacientes normais. A tiamina é um importante co-fator da enzima piruvato desidrogenase e alfa-cetoglutarato desidrogenase, envolvida no metabolismo de carboidratos e da transcetolase, uma enzima importante da via das pentoses. A tiamina está naturalmente presente em cereais e muitas farinhas. No entanto, o processamento desses grãos resulta em perda de grande parte dessa vitamina. Vários países (EUA, Inglaterra, Canadá e Dinamarca) enriquecem as farinhas com tiamina; com essa medida, a deficiência de tiamina ficou restrita a alguns grupos de pacientes. A SWK é uma síndrome comumente associada à dependência de álcool e, em alguns casos, a alguns tipos de câncer, hiperemese gravídica, obstrução de intestino delgado, anorexia nervosa e gastroplastia. O consumo crônico de álcool está relacionado à baixa absorção de tiamina pelas células intestinais, bem como à menor fosforilação da mesma, em sua forma ativa, e diminuição do estoque hepático de tiamina. Esses fatores, associados à menor ingestão de alimentos contendo tiamina, podem ser em uma das causas da baixa concentração de tiamina nos dependentes de álcool.
Vários mecanismos têm sido implicados na patogênese dessa síndrome, mas ainda não são totalmente compreendidos. Uma das explicações são as perdas neuronais, e os mecanismos para essa morte cerebral incluem deficiência energética cerebral, excitoxicidade mediada pelo glutamato, acidose láctica focal e alteração da barreira hematoencefálica. A acidose láctica focal pode ser um dos mecanismos que levam a uma deficiência de tiamina cerebral (reduzindo a permeabilidade à tiamina no cérebro). A explicação mais plausível para esse fenômeno parece ser uma diminuição da oxidação do piruvato, resultante da diminuição da atividade das desidrogenases dependentes de tiamina. Com o acúmulo de lactato nos neurônios, há uma alteração de pH (acidose), gerando morte celular. A intensa formação de radicais livres também está associada a quadros de SWK. A administração crônica de álcool em ratos, com subseqüente SAA, causa um aumento na formação de radicais livres em várias regiões cerebrais, bem como aumento da molécula de óxido nítrico pela metabolização do etanol 6.
Em animais nos quais a deficiência de tiamina foi induzida experimentalmente, a microdiálise demonstrou aumento significativo de glutamato extracelular, seletivo para o tálamo posterior ventral. Essas mudanças são reversíveis com administração de tiamina no córtex e na ponte cerebral, mas não no tálamo. Nas regiões onde há esse excesso da atividade glutamatérgica, pode haver uma neurodegeneração excitotóxica. Não obstante, evidências diretas são necessárias para apoiar uma relação entre deficiência de tiamina e mudanças no receptor de NMDA.
As características anátomo-patológicas variam de acordo com o estágio e a gravidade da patologia. Pacientes em fase aguda podem ter alterações em corpos mamilares, hipotálamo, região periventricular do tálamo (acima do aqueduto). Os corpos mamilares, especialmente os núcleos mediais, são as estruturas mais amiúde afetadas e estão acometidos em quase todos os casos. Exames histopatológicos, em casos agudos, demonstram edema, necrose, desmielinização, discreta perda neuronal, degeneração esponjosa e aumento de vasos sangüíneos como resultante da hiperplasia; quando há hemorragia petequial, eritrócitos e hemossiderina estão presentes, bem como macrófagos. Nos casos crônicos, há perda neuronal mais marcante e gliose 2. O diagnóstico é clínico, sendo a ressonância nuclear magnética um exame complementar útil na detecção dessas lesões cerebrais, enquanto a tomografia cerebral é, em muitos casos, ineficaz. A SWK é mais uma das complicações da dependência de álcool freqüentemente subdiagnosticada
O tratamento dessa condição ainda não está adequadamente estabelecido no que tange à via e à dose de tiamina necessária tanto para a prevenção quanto para o tratamento, não sendo do conhecimento das autoras deste artigo nenhum estudo bem conduzido; a maioria das recomendações de suplementação vitamínica é de base empírica8. A dose de tiamina preconizada pelo consenso sobre a síndrome de abstinência do álcool foi de doses acima 300mg de tiamina por dia, por via intramuscular, por um período de 7-15 dias. O uso por via oral não está indicado para prevenção de Síndrome de Wernicke Korsakoff pois a absorção de tiamina pode estar prejudicada em função do consumo de álcool e, com isso, haver uma diminuição da eficácia na prevenção de Síndrome de Wernicke Korsakoff. Na Inglaterra, após a suspensão do uso de vitaminas do complexo B de alta potência (250mg de tiamina em cada ampola) houve um aumento dos casos de “psicose alcoólica” e os autores sugerem que o aumento da ocorrência desses quadros seja secundária a suplementacao vitamínica em baixas doses.
Síndrome de Marchiava Bignami
Também denominada “degeneração primária do corpo caloso”, é uma doença mais comumente definida pelos aspectos patológicos que pelos clínicos. A principal alteração é encontrada na porção medial do corpo caloso onde, ao exame de olho nu, se vê uma diminuição da densidade do tecido, com leve depressão avermelhada ou amarelada, dependendo do tempo da lesão. Do ponto de vista microscópico, observam-se, claramente, zonas de desmielinização com abundância de macrófagos, embora não haja alterações inflamatórias. Menos consistentes, lesões de natureza similar são encontradas na porção central das comissuras anterior e posterior e ponte.
É uma doença rara que afeta pessoas mais idosas e, com poucas exceções, todos os pacientes acometidos são dependentes de álcool. Alguns apresentam, no estágio terminal, quadros de estupor e coma, e outros, sintomas compatíveis com quadro de intoxicação crônica e síndrome de abstinência. Em alguns casos, descreveram-se quadros de demência progressiva, com sintomas como disartria, movimentos vagarosos e instáveis, incontinência esfincteriana transitória, hemiparesia e afasia. O diagnóstico dessa patologia raramente é feito durante a vida, mas, via de regra, na necropsia, por meio de exame anátomo-patológico. A ocorrência, em paciente dependente de álcool, de sintomas semelhantes à síndrome do lobo frontal, à doença de Alzheimer ou, ainda, de sintomas semelhantes a quadros de tumor na região frontal, mas que remitam espontaneamente, sugere síndrome de Marchiava Bignami, e exames de imagem auxiliarão no diagnóstico. A etiologia e a patologia desse quadro não são bem esclarecidas até o momento 20.
Concluindo
Apesar de, acima, terem sido abordadas complicações graves da dependência de álcool que surgem independentemente do nível de consumo do álcool, todos os dependentes precisam e devem ter acesso a tratamento em qualquer fase de sua doença bem como seus familiares. O artigo expõe as bases para o reconhecimento dessas complicações e propõe algumas intervenções para o tratamento minimizando a morbidade e a mortalidade. .
Existem intervenções eficazes e algumas intervenções propostas, como o uso de tiamina na prevenção de Síndrome de Wernicke Korsakoff ainda carecem de maiores pesquisas para estabelecimento de dose, via de administração e tempo de uso.
Outras, no entanto, estão bem estabelecidas, como o uso de benzodiazepínicos visando impedir a progressão da SAA para quadros mais graves tais como o DT. Esse uso deve ser instituído o mais precocemente possível em um paciente com história de SAA grave no passado em que se propõe abstinência ou quando este se encontra em abstinência há menos de três dias e apresenta um quadro sintomatológico importante que justifique o emprego dessa medicação.
O envolvimento da família no tratamento do paciente é fundamental, pois propicia uma maior adesão do mesmo ao tratamento bem como melhor qualidade de vida aos integrantes do núcleo familiar. Quando não é possível o tratamento ambulatorial, ou quando a gravidade do quadro se impõe, a hospitalização pode ser necessária para assegurar a abstinência. Todas essas medidas podem e devem ser implementadas e integradas nos sistemas de saúde público e privado e, para que isso ocorra de maneira apropriada, mais profissionais devem ser adequadamente treinados para realizá-las.
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